sexta-feira, 25 de abril de 2008

VIII Colóquio Internacional Discursos e Práticas Alquímicas


“Aquele que quer explorar a natureza há-de folhear as suas páginas com os pés. A Escritura lê-se a letra a letra, a natureza terra a terra; cada terra é uma página. Tal é o Codex da natureza e é assim que é preciso compulsá-lo” (Paracelso)


A oposição binária entre masculino e feminino é um constructo puramente cultural, construído de formas muito diversas em diferentes culturas, períodos históricos e contextos. A gramática binária tem de alguma forma silenciado a multiplicidade subversiva do feminino, impondo uma prática heterossexual baseada no falocentrismo. O discurso unívoco e hegemónico do masculino, o falocentrismo, suprime a multiplicidade subversiva de uma sexualidade que rompe comas hegemonias heterossexuais compulsórias, reprodutivas e médico-jurídicas (Butler, 2003: 40).
Será Platão o pai da alquimia grega? O mestre alquimista é visto como analogon do Demiurgo, de facto apresentado por Platão como um metalurgista. Mas se Platão achava desejável a imitação do deus no plano da justiça, da santidade, até da dialéctica, já qualificava a imitação de física de impossível e ímpia. Porém, os alquimistas gregos visam menos a reproductibilidade das suas experiências do que uma compreensão mística, simbólica e analógica do real. Haveria uma química mítica e uma química mística (Maria Papathassiou).
Onde está o Novo Homem com que sonhava Louis-Claude de Saint-Martin, com que sonharam todas a utopias, religiões e literaturas, e com que sonha hoje a biotecnologia?



Sem comentários: